sábado, abril 02, 2005

Dia de emoções...

Porto Alegre, 1 de abril de 2005.

Acordei às 8:00, já sem sono. Tomamos café e Janine foi pra PUC. Fiquei arrumando a casa (varrendo, passando pano, guardando a louça) e na hora que vi já eram 10:30!!!
Me arrumei e saí correndo, sabendo que já chegaria atrasado na reunião na escola de inglês... Tinha que pegar 2 ônibus, e não era nada perto...
Quando cheguei no ponto do primeiro ônibus já eram 11:00, então peguei um táxi. 20 minutos e 18 reais depois, chegamos...
A entrevista, que na verdade foi mais uma longa conversa sobre a situação, foi muito boa. Só que o cara estava pedindo algo que eu estava relutante em fazer... Tinha que dar aulas todos os dias de 18:00 às 22:00, e todos os sábados de 9:00 às 17:00!!! É isso mesmo! Então já fiquei pensando que ia ser difícil demais depois que eu arranjasse trabalho, e que talvez não valesse à pena... Falei que precisava de um tempo pra sentar e pensar nos prós e contras... Ele disse que eu teria até o final da tarde pra dar uma resposta, e que como eu havia sido o melhor candidato, que estava em minhas mãos. Então, para finalizar a conversa, perguntei sobre o pagamento... Foi aí que eu vi que não rolava mesmo... Eles não pagam por hora, e sim um salário fixo, muito baixo. Eu trabalharia 27 horas por semana, todos os dias de noite e sábado o dia todo, dando aulas de inglês num lugar que de ônibus eu demoraria mais de 1 hora pra chegar, chegaria em casa todos os dias quase meia-noite, não teria tempo algum para lazer e ainda por cima ganharia muito pouco no final do mês... Simplesmente não vale à pena. Liguei pra ele e disse isso. Disse que minha prioridade é ser engenheiro, e que simplesmente não seria viável trabalhar lá. Deu pra sentir a tristeza do cara no telefone. Mas não posso fazer nada. Fiquei até pensando na triste realidade do Brasil... Uma escola de inglês daquelas (muito conceituada e organizada), onde a mensalidade deve ser no mínimo uns R$200,00, pagando tão mal seus professores... Osso.
Mas enfim... De lá fui direto para o centro, pois tinha trabalho voluntário de 14:00 às 16:00. Foi meu primeiro dia! E foi muito bom! Vou trabalhar diretamente com a Cláudia, que é paulista e mora aqui há 2 anos. Por enquanto, vou auxiliá-la em suas funções, que são: encaminhar os menores que chegam na casa para suas respectivas oficinas, fazer as planilhas relativas à contagem semanal de menores atendidos, preencher as listas de chamada, entregar os lanches aos menores após terminarem suas oficinas, entre outras coisas. Já conversamos bastante, e mais pra frente vamos bolar uma oficina que eu possa ministrar para menores de 14 a 16 anos, desenvolvendo conhecimentos técnicos. No final das contas, fiquei lá de 14:00 às 17:00, porque depois que acabaram as oficinas às 16:00, chegou um menino de 6 anos lá, sozinho, todo sujo e machucado... A Cláudia já o conhecia, e ficamos conversando com ele. Muito triste a história do menino, e conversar com ele é como conversar metade do tempo com uma criança, e metade do tempo com um adulto... Ele mora nas ruas, sozinho, e quando é colocado em um lar, sempre foge. Fazem maldades com ele na rua, e um dos machucados no rosto dele era claramente uma marca de ponta de cigarro. É lógico que ele mesmo não é santo, mas não é culpa dele.
Voltei pra casa, e logo depois a Janine chegou. Fizemos o jantar (strogonoff) e o Guilherme chegou com a Francine e a Júlia às 20:30 (convidamos ele pra jantar). O jantar foi ótimo, e finalmente entreguei o presente pro Guilherme (a bola de basquete Spalding, da NBA). A reação dele não podia ter sido mais legal. Ficamos todos emocionados! Ele disse que nunca tinha ganhado uma bola de basquete na vida! E foi jogador de basquete profissional muitos anos! Conversamos muito e nos divertimos bastante.
Eles foram embora quase 23:00, porque a Júlia já estava dormindo no sofá.
Depois lavamos a louça e arrumamos a cozinha para fechar o dia!

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